Pedantes irritam e muito, principalmente quando começam a argumentar sem nenhum conhecimento teórico. Engendram argumentos sem critério e propósito; tudo falácia, aranzel! Para esses se direciona esta postagem, para calar muitos que fazem do funk o seu discurso com intuito de o reduzir a mesma insignificância do que julgam saber. Pois saibam que o funk é pura poesia e filosofia! Vejam a letra a seguir:
Uma coisa eu sei de amor é que eu não morro
Eu fico com você só finjo que me apaixono
Uma coisa eu sei de amor é que eu não morro
Até me jurou que a gente era pra sempre
Mais eu já to ligado que quem sempre jura mente
Deixei a paixão de lado dessa porra é que eu não sofro
Uma coisa eu sei de amor é que eu não morro
Vou sair cai pra noite desse jeito é mais gostoso
E me tornar assim um eterno sigiloso
Se vai me procurar de um jeito ou de outro
Te dou meu telefone mais se tu gamar é osso
Uma coisa eu sei de amor é que eu não morro
Sou treinado sou destaque nosso estilo é de cachorro
Uma coisa eu sei de amor é que eu não morro
Podemos inferir muitas informações desta letra se a analisarmos poeticamente. Logo no título, vemos a presença do "eu" lírico, evidenciando a função emotiva da linguagem, pois é intenção do emissor exprimir seus sentimentos e emoções! Com essa mensagem expressa logo no título, o emissor deixa claro, ainda, que esse é um sentimento que outros compartilham, portanto acaba servindo apropriadamente para chamar atenção das pessoas para a música.
A expressão, "de amor é que eu não morro", trata-se de uma lítote, figura de linguagem que consiste em afirmar o positivo pelo negativo. Essa criativa contradição ainda remete à literatura romântica, como: Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco e Romeu e Julieta de Shakespeare. Em ambas as obras, os protagonistas morrem no desfecho. Assim, o emissor evidencia que quer um relacionamento que traga alegria, não deseja mais se decepcionar e amargurar.
Podemos notar também que ha rima rica (morro/cachorro), quiasmo (jurou... sempre.../sempre... jura...), ironia (Até me jurou que a gente era pra sempre), anáfora (Uma coisa eu sei... , Sou... Sou...), metáfora (se tu gamar é osso) e uma infinidade de figuras de linguagem e outros recursos estilísticos que enriquecem e dão grande significação à mensagem transmitida!
Para finalizar, vale a pena destacar a palavra que sintetiza todo o sentimento do emissor, "sigiloso". É assim que ele pretende se manter e viver seguramente até encontrar o verdadeiro amor, pois não quer terminar como Simão e Teresa ou Romeu e Julieta!
Será que o funk é realmente tão ruim assim quanto dizem os diletantes?
Nem vou comentar mais nada, cada um que tire as suas próprias conclusões! Só lembre de uma coisa: Cuidado para não acabar como um diletante, por favor!
Ao MC Reinaldo, obrigado!